Exposição do Projeto Origens recebe visita de professora da USP em Caraguatatuba



fotos: Lucas Camargo/PMC


O Grupo Ubuntu Caraguá realiza uma exposição do Projeto Origens no saguão de entrada da Secretaria de Turismo de Caraguatatuba (Setur), que recebeu hoje a professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Tania Callegaro.


A professora visitou a exposição e acenou para uma possível parceria. Ela afirmou que pretende mostrar as obras em São Paulo e afirmou sobre como difundir a arte para uma população desprendida de sua cultura. “Precisamos pensar em estratégias de divulgação em massa. Em todos os tipos de mídia. É necessário criar formas de mediação entre obra e os diversos tipos de público, procurando sempre uma forma de atingi-los”.



Tania Callegaro fez uma crítica à disseminação da cultura “americanizada” ou “extremamente globalizada”, como chamou. “Nós brasileiros temos uma cultura muito rica, com vários significados, mas que são deixadas de lado pela cultura do consumismo. Nós fomos totalmente americanizados. O que é irônico, se pararmos para pensar que lá no exterior existem muitas pessoas interessadas em conhecer e aprender sobre a cultura do Brasil”, afirmou.



O Grupo Ubuntu Caraguá é formado por cinco ceramistas: Carlo Cury, Claudia Canova, Lu Chiata, Mari Burattini e Zandoná. O Projeto Origens foi criado há seis anos, para desenvolver e aprimorar a cerâmica. A equipe passou por diversos estudos de técnicas usadas em diferentes culturas brasileiras.



Segundo Carlo Cury, as peças em exposição no Setur foram feitas com base nas técnicas de modelagem e coloração natural, tradicionais nos povos indígenas. “Utilizamos o engobe, um tipo de óxido que dá coloração para o artesanato. Usamos também a jutaicida, um tipo de resina retirada dos jatobás. Ela dá brilho na finalização das peças” disse Cury.



Cury falou ainda sobre a possibilidade de levar o trabalho do Ubuntu Caraguá para outras cidades. “Precisamos de visibilidade. Isso tudo deve ser mostrado para toda a população do país. Assim, será possível aprender toda a estrutura cultural que existe no Brasil”.

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