América pré-colombiana: corpo e território



No âmbito da temática anual Novo Mundo: territórios e narrativas, a Casa Museu Ema Klabin realiza, a partir de 26 de outubro, a exposição América pré-colombiana: corpo e território, com curadoria de Daniela La Chioma e Emerson Nobre.

A mostra reúne mais de 90 peças arqueológicas de diversos povos que ocuparam por mais de 15 séculos o que hoje chamamos de continente americano. São apresentados artefatos de cerâmica, metais, têxteis, pedra e concha que demonstram suas cosmologias, evidenciando uma materialidade totalmente alinhada à noção de corpo-território.




A exposição pretende mostrar a grande diversidade cultural e as concepções sobre corporalidade dos povos originários nas diferentes territorialidades da região por meio de três eixos narrativos que se interrelacionam: Corpo, Mito e Natureza e Sonoridades.




Na América indígena, é por meio do corpo que as pessoas são integradas nas sociedades às quais pertencem. O corpo não é apenas uma entidade biológica, mas um projeto cultural constantemente elaborado pela comunidade. Ele é fabricado ou modelado desde o nascimento até a morte por meio de vários objetos e práticas, como o uso de adornos, pinturas corporais, vestes, perfurações e deformações e pelo consumo e contato com certas substâncias.




A figuração dos corpos nas peças foi uma característica central da produção de várias culturas, como a Mochica, no Peru, a Maia, no México, a Marajoara, no Brasil, e a Jama Coaque, no Equador – todas presentes na exposição. De acordo com as concepções nativas apresentadas na exposição, os corpos e pessoas são entidades multicompostas, constituídos por uma miríade de formas de vida, como animais, vegetais e artefatos.




As sonoridades também faziam parte da experiência corporal e mítica. As sociedades ameríndias elaboraram diversos instrumentos que eram usados em rituais e como forma de comunicação a longa distância.




América pré-colombiana: corpo e território conta com o apoio de Klabin S.A. e reúne peças da Coleção Ema Klabin, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, da Coleção Ivani e Jorge Yunes e de coleções particulares. O público poderá manipular réplicas de peças sonoras produzidas pelo ceramista Carlo Cury, pesquisador de cerâmica dos povos


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