FONTE:https://encantes.blogspot.com.br/2017/07/exposicao-origens-nativos-influencia-da.html?spref=fb
A Exposição Origens Nativos, criada pelo grupo de artistas denominado Ubuntu Caragua - Ceramistas, é um exemplo de como a arte pode impactar a vida dos moradores de uma cidade e trazer à reflexão temas importantes como a preservação das tradições e da cultura indígena.
Em Caraguatatuba, onde a mostra ficará até o final do mês de julho, a arte extrapolou o local da exposição para ganhar as salas de aula.
A partir do 2º semestre, deste ano, a trajetória do ceramista Carlo Cury, idealizador da mostra e profundo estudioso do assunto, será incorporada ao currículo do 1º ano do Ensino Fundamental I, da rede municipal.
Os professores participarão de uma vivência sobre a cultura indígena, onde aprenderão técnicas em cerâmica e grafismos para ensinarem os alunos.
Concluído esse ciclo, a exposição Nativos deixará a cidade praiana rumo à capital paulista, onde será apresentada na Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), de 04 de outubro a 11 de novembro.
A professora dos cursos de Biblioteconomia e Ciências da Informação, Tania Callegaro, afirma que ficou impressionada com o trabalho de pesquisa feito pelos artistas do Grupo.
Segundo Callegaro, a exposição mostra as etnias indígenas de uma forma diferente, sem distorções ou estereótipos.
“Eu acredito que através da arte é possível humanizar, revelar, desconstruir e construir esses grupos que não se encaixam nos padrões criados pela sociedade”, explica.
Os professores da Faculdade também farão uma integração com os artistas para desenvolverem os conteúdos nas salas de aula.
Para o ceramista Carlo Cury é importante que as pessoas percebam a diversidade do estudo e a importância desse material na sociedade.
“Precisamos dar visibilidade à riqueza da cultura indígena, que fica ao alcance de pouquíssimas pessoas, muitas vezes guardado em arquivos de museus", afirma.
Exposição Nativos – Além de Caraguatatuba, a Exposição Nativos já foi apresentada em São José dos Campos, onde durante 4 meses esteve em três lugares diferentes: no Senac, no Espaço de Cultura Chico Triste e no Cine Teatro Benedito Alves, sempre atraindo um grande público.
A mostra, que levou dois anos e meio para ser finalizada, retrata as 305 etnias indígenas existentes no Brasil, mas se aprofunda em 11 delas.
Ao todo a exposição é composta por mais de 50 obras, incluindo peçasde estudos de cerâmicas arqueológicas de duas etnias extintas: Marajoara, da Ilha de Marajó (Pará), e Tapajônica, dos índios Tapajós, que habitavam a região de Santarém desde o período de 1200 a.c, considerada uma das mais belas da pré-história brasileira.
Também estão expostas peças de estudos da etnia Tupi- Guarani, que ainda habita o litoral norte, mas hoje não produzem cerâmicas.
Um dos espaços mais visitados da mostra é “A Grande Maloca”, onde estão reunidas 24 máscaras retratando as nações indígenas.
Cinco ceramistas participaram da exposição: Carlo Cury, Claudia Canova Passos, Lu Chiata, Zandoná e Marilisa Burattini.
"Eu acho importante que esse conteúdo riquíssimo de significados atinja o maior número possível de pessoas, para sensibilizá-las para essa questão. É difícil romper as barreiras que tornam esses grupos invisíveis", disse a ceramista Claudia Canova.
Comentários
Postar um comentário